O Bom? O óptimo?
O que é o bom? O que é o óptimo?
Será que o bom é que é mau ou o mau é o óptimo?
E será que o bom é inimigo do óptimo ou o óptimo é que é inimigo do bom?
Já sabem que sou péssima para ditados e para frases feitas. Sai-me sempre tudo ao lado.
Acordei com esta lenga-lenga na cabeça (acho que é assim que se diz…): “O bom é inimigo do óptimo”.
Uma frase que me persegue há muito. Uma frase que dizemos com frequência, com tal intensidade que se agarra a nós como verdade absoluta.
Acalmem-se!
Não estou a filosofar à maluca, nem baixou em mim o Confúcio-de-Quarta-Feira. Não!
Simplesmente percebi que já não publicava aqui no me estaminé do coração há mais de uma semana.
What?!?
NÃO PODE SER! Shame on me!!!!!! (chibatadas no lombo)
E porquê? Porque simplesmente achei que não tinha nada de interessante para partilhar convosco.
– “Ai, não tenho coisas giras para contar”;
– “Ai, não tenho feito nada digno de registo”;
– “Ai, não tenho tido criatividade para escrever alguma coisa com piada”;
– “Ai, mimimimimimimi”
A bem dizer, desde que vim de férias, estou em modo full force e velocidade 1000 no trabalho.
É aquilo a que se chama “entrada a pés juntos”, sem respirar, todos os dias e não tem restado muito tempo para coisa alguma.
Não tenho tido fins-de-semana completos. Já fiz duas formações em modo pós-laboral e as coisas não parecem estar a abrandar (suspiros…).
C’est la vie a acontecer.
Porém, quando ela acontece, a esta velocidade e com este ritmo, temos que nos adaptar, correndo o risco de nos afogarmos no dia-a-dia e nas exigências que dele advém.
Escrever ou não escrever eis a questão!
Aqui é que está o busilis de toda esta paragem.
Pergunto a vós, meus caros companheiros de viagem:
– É preferível partilhar qualquer coisa do que não partilhar nada? (comentem aqui em baixo!)
Foi esta a pergunta que me assombrou durante o trajeto de casa até ao trabalho.
Estou paralisada por detrás da minha “folha em branco” a pensar que a minha vida não é suficientemente glamorosa ou interessante para escrever pão. Então, não escrevo.
“Não é engraçado, por isso não vale a pena”, penso muitas vezes.
Mas será que ando à procura do óptimo, quando na verdade devo perseguir o bom?
(Soltei a Carrie Bradshaw que há em mim. Perdão!)
É que o bom fideliza, mantém-nos próximos, ajuda-nos a crescer. Certo?
Cada vez mais sinto que estou focada no” óptimo”, muito orientada para a criação de conteúdos relevantes, que acrescentem valor, que sejam extraordinários, que mudem vidas, que sejam partilháveis, inspiradores – ok, menos, Marta! – e menos preocupada com a consistência.
And, at the end of the day, que é como quem diz, nos finalíssimos o que conta é o que está aqui postado, é o que aqui se materializa e não a ideia super interessante que nunca viu a luz do dia.
Afinal o amigo Voltaire é que tem razão (se é que esta frase é mesmo dele…) – o óptimo é que é inimigo do bom.
Óptimo é escrever, partilhar e estar perto de quem aqui vem, mesmo que o conteúdo não seja assim tãooooo espectacular TODOS os dias (que é, obviamente!!!! ahah).
É como nós, na verdade.
Nem sempre estamos em dia “sim” e mesmo em dia “não” não podemos ligar a dizer que não vamos aparecer. É a vidinha!
Esta ideia, muito perpetrada pelos media sociais, de que temos que ter sempre alguma coisa óptima, extraordinária, fora de série para dizer retira-nos a energia e a confiança para simplesmente dizermos “olá”, nas mais diversas e aborrecidas formas que soubermos e pudermos.
Se calhar é só isso que precisamos – de dizer OLÁ.
É óptimo? Não! Mas é muito bom.
O óptimo já alcançaste. O público é que tem tendência a gostar do medíocre e desvalorizar o que é bom.