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A única maneira de ser memorável é encontrar uma voz autêntica para conquistar uma COMUNIDADE digital A única maneira de ser memorável é encontrar uma voz autêntica para conquistar uma COMUNIDADE digital A única maneira de ser memorável é encontrar uma voz autêntica para conquistar uma COMUNIDADE digital

PÁRA de culpar o algoritmo. A culpa é TUA!

Já te perguntaste porque é que os teus conteúdos não estão a conseguir chamar a atenção?; porque é que não consegues que ninguém interaja com eles?; ou porque é que não estás a conseguir crescer a tua base de seguidores? “Ah, é o algorítmo”. Não! A culpa é tua!

Não sou eu que digo, mas sim o CEO do Instagram.  Adam Mosseri, diretor do Instagram, encarregue de supervisionar todas as operações da rede social, incluindo a engenharia, produtos e operações, partilhou recentemente um vídeo onde dava conta da nova medida favorita de engagement do Instagram. Segundo o especialista, esqueçam os likes e os comentários. A métrica mais importante que o Instagram está a valorizar, neste momento, é o conteúdo enviado por mensagem privada, vulgo, DM’s. 

Com esta alteração, o Instagram está a recompensar os criadores que decidem ser criativos nos seus conteúdos e na sua abordagem comunicativa. Eles não querem que esta rede social se torne um local de consumo passivo, num scroll infinito de conteúdos, mas que se torne num local unificador de pessoas, onde se possa descobrir coisas novas todos os dias, onde partilhamos coisas comuns com os nossos amigos, ou informação que sabemos que os pode ajudar no futuro. 

Ou seja, com este conselho do CEO consolidamos aquilo que já sabíamos há muito: o melhor conteúdo é aquele que nós criamos a pensar no que é que o nosso amigo ia gostar/valorizar ao ponto de o querer enviar/partilhar com alguém

Se parece um ovo, se cheira a ovo, se sabe a ovo, então deve ser um… 

Se se chama “rede social”, se se parece com uma rede social, se se comporta como uma rede social, então, significa que… temos de socializar – interagir com pessoas. 

Duuuuuh!

Parece óbvio, até um pouco parvo estar a referir isto, mas, acreditem, esta evidência é a mais negligenciada de todas, na hora se de produzir conteúdo para as redes sociais.  

Temos este facto de tal forma garantido que não o consideramos. Focamos todas as nossas energias em saber o que o outro está a fazer, no que está a viralizar, em formatos específicos, em dicas, hacks, tendências e sabe-se lá mais o quê e esquecemo-nos do básico – o melhor conteúdo é aquele que interessa à minha comunidade e que reforça o relacionamento que eu tenho com ela. 

Obrigada e boa tarde. 

Sim. São pessoas e não números, que estão do outro lado do ecrã. Por isso, não importa se fizemos muitos posts em carrossel, se só fazemos reels, se enchemos os stories de entradas diárias com o look do dia, o exercício ou a máquina do café, ou se temos utilizado os áudios que estão na moda. Tudo isso são minudências na arte de nos relacionarmos com os outros. O que interessa é a nossa capacidade de produzir conteúdo que seja relevante (em informação e em entretenimento) para as pessoas terem vontade de partilhá-lo com os seus amigos e/ou familiares. 

Até porque o que o Instagram quer é que o nosso tempo passado na rede social seja o maior possível. Não sejamos ingénuos. Quanto mais tempo eu estiver a ser impactado com conteúdo que me diverte, que me ensina algo, que me informa sobre alguma coisa e que eu perca tempo a partilhá-lo com os meus amigos e/ou familiares, mais tempo eu vou gastar dentro da plataforma e mais dinheiro o Instagram ou outra rede social vai fazer com os seus anunciantes. 

PS: nunca se esqueçam que isto é um negócio que se quer muitooooo lucrativo e, aqui, ninguém joga a feijões. 

Não façam publicidade. Entretenham as pessoas. 

Não sei se é defeito de formação e de profissão, mas eu gosto de pensar na produção de conteúdos nas redes sociais como se de uma grelha de um canal de televisão temático se tratasse. Todos os dias temos um alinhamento de conteúdos, pensado com determinados objetivos, para um público específico, com conteúdos que entretêm e outros que informam. 

Os programas que seguimos com maior atenção sabemos a sua periodicidade (a que dia da semana dão e em que horário), promovendo a sua fidelização. Há previsibilidade de conteúdos (editorias definidas) e cada programa tem os seus protagonistas, convidados e o seu carácter autoral, o seu tom de voz. 

É assim que temos de encarar a nossa produção de conteúdos: 

  • O meu canal de televisão vai ser sobre o quê? 
  • Que programas é que eu vou ter? 
  • Que histórias é que eles vão contar? 
  • Qual vai ser o seu tom? 
  • Que personagens/apresentadores/convidados/jornalistas vão aparecer? 
  • Os programas vão para o ar a que dias da semana? 
  • Em que horários? 

Seguindo esta mesma lógica, qual é o inimigo “número um” de um espectador de televisão, que está a assistir ao seu programa preferido? Digam todos em uníssono: o intervalo para anúncios.

(Introduzir música desanimadora)

Sempre que vamos para um break publicitário falece uma foca bebé e a nossa vontade é (escolham uma das seguintes opções):

  1. sair da sala; 
  2. mudar de canal; 
  3. levantar do sofá; 
  4. puxar a box para a frente; 
  5. ir à casa-de-banho; 
  6. todas as mencionadas anteriormente. 

Então, se sentimos isso em relação aos conteúdos televisivos não cometam o mesmo erro nos vossos conteúdos digitais. 

Tudo o que parecer publicidade disfarçada de post vai bater na trave da exigência internautica. É que já ninguém tem paciência. Especialmente, aqueles anúncios óbvios que estão “disfarçados” de conteúdos orgânicos.  

Next!

As redes sociais não mataram a televisão. Elas são a televisão.  

É cada vez mais raro encontrarmos alguém que não tenha presença em pelo menos uma plataforma de redes sociais. O Facebook, o Instagram, o Twitter, o Tik Tok, o Linkedin, o Youtube e todas as outras redes tornaram-se parte integrante dos nossos dias e o local privilegiado de partilha de acontecimentos, momentos importantes, de conversas com os amigos ou colegas de trabalho, de procura de conteúdos informativos e de entretenimento, onde seguimos os nossos ídolos, as nossas marcas de eleição e os influenciadores de opinião. 

E porque os conteúdos nos foram aparecendo em feeds cada vez mais personalizados, com conteúdos organizados a pensar nas nossas preferências, alinhados com os nossos interesses, disponíveis a qualquer momento e em qualquer lugar, a televisão percebeu que a sua era de provedora principal de entretenimento massivo tinha chegado ao fim. 

Foi esta capacidade de oferecer conteúdos segmentados e interactivos, transformando o consumidor passivo num produtor ativo de conteúdos, que fez com que as redes sociais conquistassem o coração dos comuns mortais, destronando o deus-televisivo. Vivemos o fim de uma (anunciada) era. 

Em 2022, o relatório do Reuters Digital News referiu que o Instagram, TikTok e Snapchat eram os novos jornais para a camada mais jovem de consumidores, alertando para uma mudança no consumo de media. De acordo com este relatório, 39% dos jovens entre os 18 e 24 anos (os chamados “nativos digitais”) utilizam as redes sociais como fonte principal de notícias. Este mesmo estudo refere que o uso do TikTok para aceder a notícias quintuplicou entre os jovens “nativos digitais” em apenas três anos. Aliás, hoje sabemos que o TikTok substituiu o Google como ferramenta de busca entre as camadas mais jovens. Estudos feitos pela própria empresa descobriram que 40% dos jovens não vão ao motor de busca do Google quando procuram, por exemplo, por um restaurante para almoçar. Eles recorrem ao TikTok. 

Esta alteração na tendência de consumo de conteúdos permite-nos verificar que:

  1. As pessoas querem consumir conteúdos de entretenimento e informação nas suas redes sociais;
  2. As pessoas querem conteúdos personalizados;
  3. As pessoas preferem conteúdos com os quais possam interagir;
  4. As pessoas querem conteúdos que lhes ofereçam uma solução e não um serviço;
  5. As pessoas não querem publicidade, querem educação, entretenimento e narrativas envolventes. 

O que nos resta? 

Sermos o canal preferido e de maior audiência da nossa comunidade. 

Posicionamento é o caminho

Uma grelha de conteúdos envolvente, que entretém e informa, que é consistente e atenta aos seus seguidores é aquela que vai, no curto, médio e longo prazo, manter a nossa marca na mente das pessoas para que um dia, quando necessitarem, dos nossos serviços, vão pensar em nós primeiro. 

Um perfil de redes sociais bem construído é aquele que, como na televisão, faz um equilíbrio perfeito entre o conteúdo orgânico e pago, entre conteúdo educacional, de entretenimento e de conversão. 

Não vai ser um post que vai aumentar drasticamente as vossas vendas. O jogo das redes sociais é de relacionamento, como já disse, logo tem de ser pensado a longo prazo. Não é um date. É um casamento (que precisa de ser alimentado todos os dias #dicadecasada). 

Para vermos resultados, constantes e consistentes, precisamos de ter um calendário de conteúdos que equilibre estrategicamente os nossos objetivos com as necessidades/dores/desejos da nossa comunidade. E esse posicionamento só se consolida com tempo, paciência e persistência. 

Eu sei que não é a mensagem mais sexy ou a receita milagrosa que vocês querem ler, mas garanto-vos que se postarem consistentemente conteúdo envolvente e educacional, que mostre a vossa expertise, que revele quem vocês são como pessoas e como profissionais, e que, genuinamente, queira ajudar os outros, vocês vão conseguir conectar-se com as pessoas certas. A vossa mensagem será lembrada quando alguém precisar dos vossos serviços.

Por isso, nunca se esqueçam: posicionamento é o caminho para vencer no mundo digital. Leva tempo, mas a qualidade dos clientes que se consegue atrair é crescente, consistente e sustentada. 

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